Luiz Carlos D. Formiga
O Sonho é uma interrogação para muitas pessoas. No livro de Carlos Bernardo Loureiro - “A Visão Espírita do Sono e dos Sonhos”, Casa Editora O Clarim. Matão, SP. 144 páginas, vamos encontrar muitas respostas.
É possível determinar relações precisas entre essas percepções e os aspectos da realidade ordinária? Como analisar esse psiquismo noturno?
Erick Fromm afirma que“o inconsciente só o é em relação ao estado normal de atividade”, “ são simplesmente estados mentais diversos, que se referem às modalidades existenciais diferentes.” Assim, podemos admitir que a mente consciente constitui apenas parte do psiquismo total. Existe uma vida psíquica chamada de “inconsciência”. Esta atividade psíquica é o principal protagonista quando o sono retira a outra de cena. Na realidade o inconsciente acha-se representado naquela fração do sonho que se registra na memória consciente.
O que se deve pensar das significações atribuídas aos sonhos?
“Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os ledores de buena-dicha, pois fora absurdo crer-se que sonhar com tal coisa anuncia tal outra.
São verdadeiros no sentido de que apresentam imagens que para o Espírito têm realidade, porém que, freqüentemente, nenhuma relação guardam com o que se passa na vida corporal. São também um pressentimento do futuro, permitido por Deus, ou a visão do que no momento ocorre em outro lugar a que a alma se transporta. Não se contam por muitos os casos de pessoas que em sonho aparecem a seus parentes e amigos, a fim de avisá-los do que a elas está acontecendo? Que são essas aparições senão as almas ou Espíritos de tais pessoas a se comunicarem com entes caros? Quando tendes certeza de que o que vistes realmente se deu, não fica provado que a imaginação nenhuma parte tomou na ocorrência, sobretudo se o que observastes não vos passava pela mente quando em vigília?”Livro dos Espíritos, questão 404.
A alma é um ser pensante que permanece ativo durante o sono? Existem provas materiais da atividade da alma durante o sono?
Durante o sono, a alma repousa como o corpo? “Não, o Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.” Livro dos Espíritos questão 401.
A enciclopédica de Diderot (Denis, 1713-1784), no verbete “Sonambulismo”, relata a história de um jovem sacerdote que se levantava à noite, dirigia-se ao seu escritório e escrevia longos sermões e retornava ao leito. Existem relatos da resolução de problemas matemáticos que não eram resolvidos quando os indivíduos estavam acordados.
Existe uma memória latente? Os sonhos trazem à tona lembranças julgadas esquecidas para sempre?
Seis meses depois o indivíduo sonha com o local em que perdera o canivete. Ao despertar procura e acha o objeto (F.H. Myers, La Concience Subliminale, Annales Phychiques). Como podemos julgar da liberdade do Espírito durante o sono?
“Pelos sonhos. Quando o corpo repousa, acredita-o, tem o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. Adquire maior potencialidade e pode pôr-se em comunicação com os demais Espíritos, quer deste mundo, quer do outro...” Livro dos Espíritos, questão 402.
Richet (Prêmio Nobel de Medicina) descreve a memória fotográfica de sonambulos. A eclosão desses registros mnêmonicos subconscientes não deve ser confundida como a intervenção de seres espirituais. Trata-se de fragmentos da vida que são exumados naturalmente ou por estímulos especiais, das profundezas do ser (Pierre Janet).
Pode-se provocar sonhos por hipnose e induzir uma pessoa a sonhar com outra?
Sim, responde o Dr. Sherenk-Notzing (Munique-Alemanha) após experiência hipnótica com a sensitiva (clarividente) Lina. Seus resultados são muito importantes para a discussão do homem como um ser de natureza bio-psico-socio-espiritual. O pesquisador deu a sensitiva a ordem pós-hipnótica de sonhar, na noite seguinte, com uma determinada pessoa, não esquecer o sonho e contá-lo no dia imediato. Pela manhã, ao acordar, e em presença dos pesquisadores, contou o que aconteceu durante a noite. A hipótese de uma transmissão, através do pensamento de um dos pesquisadores auxiliares, era inviável por vários motivos, até porque uma visita casual de uma amiga do Sr. F.L., foi relatada pela clarividente e identificada, posteriormente, com base na descrição da sensitiva.
Pode o homem, pela sua vontade, provocar as visitas espíritas? Pode, por exemplo, dizer, quando está para dormir: Quero esta noite encontrar-me em Espírito com Fulano, quero falar-lhe para dizer isto?
“O que se dá é o seguinte: Adormecendo o homem, seu Espírito desperta e, muitas vezes, nada disposto se mostra a fazer o que o homem resolvera, porque a vida deste pouco interessa ao seu Espírito, uma vez desprendido da matéria. Isto com relação a homens já bastante elevados espiritualmente. Os outros passam de modo muito diverso a fase espiritual de sua existência terrena. Entregam-se às paixões que os escravizaram, ou se mantêm inativos. Pode, pois, suceder, tais sejam os motivos que a isso o induzem, que o Espírito vá visitar aqueles com quem deseja encontrar-se. Mas, não constitui razão, para que semelhante coisa se verifique, o simples fato de ele o querer quando desperto.”Livro dos Espíritos, questão 416.
Podem duas pessoas que se conhecem visitar-se durante o sono?
“Certo e muitos que julgam não se conhecerem costumam reunir-se e falar-se. Podes ter, sem que o suspeites, amigos em outro país. É tão habitual o fato de irdes encontrar-vos, durante o sono, com amigos e parentes, com os que conheceis e que vos podem ser úteis, que quase todas as noites fazeis essas visitas.” Livro dos Espíritos, questão 414.
O hanseniano Jésus Gonçalves, descrente, era um materialista e dizia não acreditar em nada disso. É autor de “ Falta “, onde diz assim: Onde andará um “não sei quê”, um Bem, em cuja busca sou judeu errante? Por onde eu passo, já passou também... E quando chego já partiu há instante... Não sei se está na vida, ou mais adiante, dentro da morte, nas mansões do Além... Se está no amor... se está na fé, perante os dois altares que esta vida tem. Mas, se esta vida é um sonho, a morte o nada; o amor um pesadelo; a fé receio; por que manter-se em luta desvairada? No entanto, eu sigo... acovardado, triste... a procurar em tudo em que não creio, a coisa que me falta e não existe!
Sob o ponto de vista biomédico podemos perceber que uma pessoa está sonhando por estranhos movimentos oculares produzidos em certa etapa do sonho. O período REM (rapid eye movements) é “paradoxal” porque no ápice do relaxamento vamos encontrar uma atividade intensa de numerosas estruturas cerebrais, com variação da freqüência das ondas cerebrais e traçado próximo ao do estado de vigília. Há nessa fase anulação do olfato e paladar, mas as células nervosas enviam estímulos ao ouvido, aos olhos e ao sentido do equilíbrio. Quando acordadas neste período as pessoas eram capazes de contar um sonho.
Como interpretar o sonho que tivemos com um ente querido já desencarnado? A tarefa não é muito fácil porque estamos mergulhados numa matéria muito densa. No entanto, o espírito André Luiz (médico desencarnado) nos oferece um exemplo muito bom e que é encontrado no “Os Mensageiros” (FEB) capítulo 38, quando ela sonha com a avó desencarnada e faz a interpretação da mensagem recebida.
Outro médico (psiquiatra ainda encarnado) mostra a importância dos sonhos para o diagnóstico da melancolia involutiva, destacando-a como uma síndrome com características próprias dentre as doenças conceituadas como depressão maior. Sua conclusão, nos Arquivos Brasileiros de Medicina, 71(3): 111-114, 1997, se baseia na análise de 118 casos.
Uma pessoa que dorme pode ter consciência de que está sonhando?
Sim, responde o psiquiatra holandês Dr.Frederick Willem van Eeden, que teve a confirmação feita peloDr Stephan Laberge, na Universidade de Stanford(EUA). A mesma resposta era dada por Santo Agostinho e São Tomás de Aquino (sonhos lúcidos).
Podemos estender o conceito de sonho a todos os estados alterados de consciência dos quais o psiquismo profundo tende a subir em primeiro plano, até subjugar o EU da superfície?
Podemos participar de mensagens oníricas diurnas? Podemos sonhar acordados?
Esta dimensão diurna do sonho é um convite à pesquisa .
Dr. M. Kleitmam da Universidade de Chicago (“Sleep and Wakefulness”) demonstrou que, também de dia, a atenção consciente se afrouxa em períodos, de acordo com o ritmo que corresponde perfeitamente ao alternar noturno do sono profundo ao leve.
O estado de plena “vigilância consciente” não dura mais do que um minuto ou dois por hora, o que é uma condição indispensável para uma certa eficiência criadora do intelecto, conforme F. Myers, P. Bunton e ainda John Pfeiffer (The Human Brain).
Uma mulher, diante de uma mensagem onírica diurna, interrompe seus afazeres domésticos, chama um táxi e vai encontrar o filho caído quase morto ao lado da moto. “O paranormal é o normal que ainda não compreendemos!
Podem os Espíritos comunicar-se, estando completamente despertos os corpos?
“O Espírito não se acha encerrado no corpo como numa caixa; irradia por todos os lados. Segue-se que pode comunicar-se com outros Espíritos, mesmo em estado de vigília, se bem que mais dificilmente.” Livro dos Espíritos, questão 420.
O fenômeno a que se dá a designação de dupla vista tem alguma relação com o sonho e o sonambulismo?
“Tudo isso é uma só coisa. O que se chama dupla vista é ainda resultado da libertação do Espírito, sem que o corpo seja adormecido. A dupla vista ou segunda vista é a vista da alma.” Livro dos Espíritos, questão 447.
Qual a visão espírita desses fenômenos?
Sonhos fisiológicos - por influência orgânica vive-se situações alucinatórias. Sonhos pantomnésicos - recordações do passado. Sonhos premonitórios - apreensão do futuro,sonho profético.Sonhos espirituais - vivência no plano espiritual.
Freud não poderia explicar o sonho profético como realização de um desejo recalcado no inconsciente.
Como podemos julgar da liberdade do Espírito durante o sono?
“Pelos sonhos. Quando o corpo repousa, acredita-o, tem o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. (Livro dos Espíritos, questão 402).
“A árvore trará novas sementes, das quais germinarão novas árvores. Todas estavam escondidas na primeira semente,”Discurso de Metafísica, Leibniz (1686)
Lincoln viu, em sonho, cenas de seu próprio velório, uma semana antes de ser assassinado, relatando-o ao amigo Ward Lamon, que escreveu o episódio em seu diário.
É um monumental determinismo o conhecimento antecipado do futuro! É possível modificar o “Carma”? Existem as coisas futuras ou elas se encontram no NADA, e ainda não existem? O sonho profético é contrário ao livre arbítrio?
É possível prever acontecimentos derivados do presente. No entanto, como prever os que não guardam nenhuma relação com esse estado presente? Como explicar os que são atribuidos ao acaso?
Nostradamus previu a decapitação do Duque e deu o nome do carrasco, que foi escolhido “ao acaso”, na hora. Isto 66 anos após a morte do médico francês (1503-1566). O cálculo matemático da probabilidade desta predição estaria na proporção de um para cinco milhões contra o acaso.
Estando desprendido da matéria e atuando como Espírito, sabe o Espírito encarnado qual será a época de sua morte?
“Acontece pressenti-la. Também sucede ter plena consciência dessa época, o que dá lugar a que, em estado de vigília, tenha a intuição do fato. Por isso é que algumas pessoas prevêem com grande exatidão a data em que virão a morrer.” Livro dos Espíritos, questão 411.
Mas, como entender este sonho que fala do futuro. Como explica-lo? Allan Kardec, no Livro “A Gênese” discute o assunto na “Teoria da Presciência”.
Palestra proferida pelo Prof. Formiga no CENPES, Centro de Pesquisas da Petrobrás, em 1998.
Publicado na Revista Internacional de Espiritismo, Ano LXXIV, número 1, Matão, fevereiro de 1999.
Disponível em: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/sonhos.html
Sono e os sonhos
Chama-se emancipação da alma, o desprendimento do espírito encarnado, possibilitando-lhe afastar-se momentaneamente do corpo físico. No estado de emancipação da alma, o espírito se desloca do corpo físico, os laços que o unem à matéria ficam mais tênues, mais flexíveis e o corpo perispiritual age com maior liberdade.
Sono é um estado em que cessam as atividades físicas motoras e sensoriais. Dormimos um terço de nossas vidas e o sono, além das propriedades restauradoras da organização física, concede-nos possibilidades de enriquecimento espiritual através das experiências vivenciadas enquanto dormimos.
Sonho é a lembrança dos fatos, dos acontecimentos ocorridos durante o sono. Os sonhos, em sua generalidade, não representam, como muitos pensam, uma fantasia das nossas almas.
A ciência e o espiritismo
A ciência oficial, analisando tão somente os aspectos fisiológicos das atividades oníricas (relativo aos sonhos) ainda não conseguiu conceituar com clareza e objetividade o sono e o sonho.
Sem considerar a emancipação da alma; sem conhecer as propriedades e funções do perispírito, fica, realmente, difícil explicar a variedade das manifestações que ocorrem durante o repouso do corpo físico. Freud, o precursor dos estudos mais avançados nesta área, julgava que os instintos, quando reprimidos, tendem a se manifestar e uma destas manifestações seria através dos sonhos.
Allan Kardec, através da codificação espírita, principalmente em O Livro dos Espíritos, cap. VIII - questões 400 a 455, analisou a emancipação da alma e os sonhos em seus aspectos fisiológicos e espirituais.
Allan Kardec tece comentários muito importantes acerca dos sonhos: o sono liberta parcialmente a alma do corpo; o espírito jamais está inativo, têm a lembrança do passado e, às vezes, a previsão do futuro; adquire maior liberdade de ação delimitada pelo grau de exteriorização; podemos entrar em contato com outros espíritos encarnados ou desencarnados; enquanto dormem, algumas pessoas procuram espíritos que lhes são superiores (estudam, trabalham, recebem orientações, pedem conselhos); outras pessoas procuram os espíritos inferiores com os quais irão aos lugares com que se afinizam.
Sonhos comuns
São aqueles que refletem nossas vivências diárias. Envolvimento e dominação de imagens e pensamentos que perturbam nosso mundo psíquico.
O espírito, desligando-se parcialmente do corpo, se vê envolvido pela onda de imagens e pensamentos, de sua própria mente, das que lhe são afins e do mundo exterior, uma vez que vivemos e nos movimentamos num turbilhão de energias e ondas vibrando sem cessar.
Nos sonhos comuns, quase não há exteriorização perispiritual. São muito freqüentes dada a nossa condição espiritual. Puramente cerebral, simples repercussão de nossas disposições físicas ou de nossas preocupações morais. É também o reflexo de impressões e imagens arquivadas no cérebro durante a vigília (vivências ocorridas durante o dia, quando acordados).
Nos sonhos comuns, o espírito flutua na atmosfera sem se afastar muito do corpo; mergulha, por assim dizer, no oceano de pensamentos e imagens que povoam a sua memória, trazendo impressões confusas, tem estranhas visões e inexplicáveis sonhos.
Sonhos reflexivos
Há maior exteriorização que nos sonhos comuns.
Por reflexivos, categorizamos os sonhos, em que a alma, abandonando o corpo físico, registra as impressões e imagens arquivadas no subconsciente, inconsciente e superconsciente e plasmadas na organização perispiritual. Tal registro é possível de ser feito em virtude da modificação vibratória, que põe o espírito em relação com fatos e paisagens remotos, desta e de outras existências.
Ocorrências de séculos e milênios gravam-se indelevelmente em nossa memória, estratificando-se em camadas superpostas.
A modificação vibratória, determinada pela liberdade de que passa a gozar o espírito, no sono, o faz entrar em relação com acontecimentos e cenas de eras distantes, vindos à tona em forma de sonho.
Mentores espirituais poderão revivenciar acontecimentos de outras vidas, cujas lembranças nos tragam esclarecimentos, lições ou advertências.
Poderão os espíritos inferiores motivarem estas recordações com a finalidade de nos perseguirem, amedrontar, desanimar ou humilhar, desviando-nos dos objetivos benéficos da existência atual.
Geralmente os sonhos reflexivos são imprecisos, desconexos, freqüentemente interrompidos por cenas e paisagens inteiramente estranhas, sem o mais elementar sentido de ordem e seqüência.
Ao despertarmos, guardaremos imprecisa recordação de tudo, especialmente da ausência de conexão nos acontecimentos que, em forma de incompreensível sonho, estiverem em nossa vida mental durante o sono.
Sonhos espíritas
Também chamados de viagem astral ou espiritual; há mais ampla exteriorização do perispírito.
Leon Denis chama a estes sonhos de etéreos ou profundos, por suas características de mais acentuada emancipação da alma.
Durante a viagem astral, a alma, desprendida do corpo, exerce atividade real e efetiva, encontrando-se com parentes, amigos, instrutores e também com os inimigos desta e de outras existências. Nas projeções temos que considerar a lei de afinidade.
Nossa condição espiritual, nosso grau evolutivo, irá determinar a qualidade de nossos sonhos, as companhias espirituais que iremos procurar, os ambientes nos quais permaneceremos enquanto o nosso corpo repousa: o religioso buscará um templo; o viciado procurará os antros de perdição; o abnegado do Bem irá ao encontro do sofrimento e da lágrima, para assisti-los fraternalmente; o interessado em aproveitar bem a encarnação irá de encontro a instrutores devotados e ouvirá deles conselhos, esclarecimentos e instruções, que proporcionarão conforto, estímulos e fortalecimento das esperanças.
Infelizmente, porém, a maioria se vale de repouso noturno para sair à caça de emoções frívolas ou menos dignas.
Ao despertarmos, conserva o espírito impressões que raramente afetam o cérebro físico, em virtude de sua impotência vibratória. Fica em nós apenas uma espécie vaga de pressentimento dos acontecimentos, situações e encontros vividos durante o sono.
Recordação do sonho
O sonho é a lembrança do que o espírito viu durante o sono, mas nem sempre nos lembramos daquilo que vimos ou de tudo o que vimos. Isto porque não temos nossa alma em todo o seu desenvolvimento.
Na questão 403, de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec indaga : “Por que não nos lembramos de todos os sonhos? Nisso que chamas sono só tens o repouso do corpo, porque o Espírito está sempre em movimento. No sono ele recobra um pouco de sua liberdade e se comunica com os que lhe são caros seja neste ou noutro mundo. Mas, como o corpo é de matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva as impressões recebidas pelo Espírito durante o sono, mesmo porque o Espírito não as percebeu pelos órgãos do corpo.”
Mecanismo da recordação
O registro pelo cérebro físico do que aconteceu durante a emancipação da alma através do sono é possível através da modificação vibratória. As diversas modificações vibratórias dos fluidos é que formam os ambientes dimensionais de atuação do espírito. Quanto maior for a velocidade vibratória, mais sutil é o fluido. Quanto mais lenta é a velocidade vibratória, mais denso é o fluido.
Este raciocínio explica aquela dúvida que sempre ouvimos: Porque raramente lembro de meus sonhos? É por que não sonhei? A resposta para está dúvida é a seguinte: As pessoas que não lembram dos sonhos é porque os acontecimentos vividos ou lembrados durante o sono não foram registrados no cérebro físico. Ficaram apenas registrado no cérebro do perispírito. Agora, quando recordamos dos detalhes dos sonhos é porque tivemos predisposição cerebral para os registros. O fato de não lembrarmos dos sonhos não significa que não tenhamos sonhado, ou seja, vivemos uma vida no plano espiritual e apenas não recordamos.
Dessa oportunidade se valem nossos amigos do espaço para dar-nos conselhos e sugestões úteis ao desenvolvimento de nossa encarnação.
Procuram afastar-nos do mal, fortalecem-nos moralmente e apontam-nos a maneira certa de respeitarmos as Leis Divinas. Ao despertarmos, embora não lembremos deles, ficam no fundo de nossa consciência, em forma de intuições, como idéias inatas.
Podemos dedicar os momentos de semi-libertos à execução de tarefas espirituais, sob a direção de elevados mentores.
Acontece muitas vezes acordamos com uma deliciosa sensação de bem-estar, de contentamento e de alegria. Isto acontece por termos sabido usar bem de nossa estada no mundo espiritual, executando trabalhos de real valor. Contudo, não raras vezes despertamos tristes e com uma espécie de ressentimento no fundo do nosso coração.
O motivo dessa tristeza sem causa aparente é que, muitas vezes, nos são mostradas as provas e as expiações que nos caberão na vida, as quais teremos de suportar, e conquanto sejamos confortados por nossos benfeitores, não deixamos de nos entristecer e ficamos um tanto apreensivos.
Há espíritos encarnados que, ao penetrarem no mundo espiritual através do sono, entregam-se aos estudos de sua predileção e por isso têm sempre idéias novas no campo de suas atividades terrenas.
Outros valem-se da facilidade de locomoção para realizarem viagens de observação, não só na Terra, mas também nas esferas espirituais que lhe são vizinhas.
Assim como visitamos nossos amigos encarnados, também podemos ir visitar nossos amigos desencarnados e com eles passarmos momentos agradáveis enquanto nosso corpo físico repousa; disso nos resulta grande conforto.
Estado de Entorpecimento: São comuns os encarnados cujos espíritos não se afastam do lado do corpo, enquanto este repousa; ficam junto ao leito, como que adormecidos também.
É comum o sono favorecer o encontro de inimigos para explicações recíprocas. Esses inimigos podem ser da encarnação atual ou encarnações antigas. Os mentores espirituais procuram aproximar os inimigos, a fim de induzi-los ao perdão mútuo. Extingüem-se assim muitos ódios e grande número de inimigos se tornam amigos, o que lhes evitará sofrimentos. É a maior e melhor percepção de que goza o espírito semi-liberto pelo sono, facilita a extinção de ódios e a correção de situações desagradáveis e por dolorosas vezes.
Os sonhos e a evolução
Considerável porcentagem de encarnados, ao entregarem seu corpo físico ao repouso, continuam, sono adentro, com suas preocupações materiais.
Não aproveitam a oportunidade para se dedicarem um pouco à vida eterna do espírito. Estudam os negócios que pretendem realizar, completamente alheios aos verdadeiros interesses de seus espíritos; e nada vêem e nada percebem do mundo espiritual no qual ingressam por algumas horas.
Há encarnados que ao se verem semi-libertos do corpo de carne pelo sono, procuram os lugares de vícios, com o fito de darem expansão a suas paixões inferiores, na ânsia de satisfazerem seus vícios e seu sensualismo. Outros se entregam mesmo ao crime, perturbando e influenciando perniciosamente suas vítimas, tornando-se instrumentos de perversidade.
No livro Mecanismos da Mediunidade, psicografado por Chico Xavier, André Luiz nos diz que quanto mais inferiorizado, mais dificuldade terá o homem em se emancipar espiritualmente.
Qual ocorre ao animal de evolução superior, no homem de evolução positivamente inferior o desdobramento da individualidade, por intermédio do sono, é quase que absoluto estágio de mero refazimento físico.
No animal, o sonho é puro reflexo das atividades fisiológicas e no homem primitivo, em que a onda mental está em fase inicial de expansão, o sonho, por muito tempo, será invariavelmente ação reflexa de seu próprio mundo consciencial e afetivo.
Há leis de afinidade que respondem pelas aglutinações sócio-morais-intelectuais, reunindo os seres conforme os padrões e valores. Estaremos, então, durante o repouso noturno, se emancipados espiritualmente, vivenciando cenas e realizando tarefas afins.
Buscamos sempre, durante o sono, companheiros que se afinam conosco e com os ideais que nos são peculiares. Procuraremos a companhia daqueles espíritos que estejam na mesma sintonia, para realizações positivas, visando nosso progresso moral ou em atitudes negativas, viciosas, junto àqueles que, ainda, se comprazem em atos ou reminiscências degradantes, que nos perturbam e desequilibram a alma.
Parcialmente liberto pelo sono, o Espírito segue na direção dos ambientes que lhe são agradáveis durante a lucidez física ou onde gostaria de estar, caso lhe permitissem as possibilidades normais.
Os sonhos espíritas, isto é, naqueles que nos liberamos parcialmente do corpo e gozamos de maior liberdade, são os retratos de nossa vivência diária e de nosso posicionamento espiritual.
Refletem de nossa realidade interior, o que somos e o que pensamos.
O tipo de vida que levarmos durante o dia determinará invariavelmente o tipo dos sonhos que a noite nos ofertará, em resposta às nossas tendências. Dorme-se, portanto, como se vive, sendo-lhe os sonhos o retrato emocional da sua vida moral e espiritual.
Análise dos sonhos
A análise dos sonhos pode nos trazer informações valiosas para nosso autodescobrimento.
Devemos nos precaver contra as interpretações pelas imagens e lembranças esparsas.
Há sempre um forte conteúdo simbólico em nossas percepções psíquicas que, normalmente nos chegam acompanhadas de emoções e sentimentos.
Se, ao despertarmos, nos sentirmos envolvidos por emoções boas, agradáveis, vivenciamos uma experiência positiva durante o sono físico. Ao contrário, se as emoções são negativas, nos vinculamos certamente a situações e espíritos desequilibrados. Daí, a necessidade de adequarmos nossas vidas aos preceitos do bem, vivenciando o amor, o perdão, a abnegação, habituando-nos à prece e à meditação antes de dormir, para nos ligarmos a valores bons e sintonia superior. Assim, teremos um sono reparador e sonhos construtivos.
Prepara-se para bem dormir
Elizeu Rigonatti, no livro Espiritismo Aplicado diz que, para termos um bom sono, que ajude o nosso espírito a desprender-se com facilidade do corpo, é preciso que prestemos atenção no seguinte: o mal e os vícios seguram o espírito preso à Terra.
Quem se entregar ao mal e aos vícios durante o dia, embora o seu corpo durma à noite, seu espírito não terá forças para subir e ficará perambulando por aqui, correndo o risco de ser arrastado por outros espíritos viciosos e perversos.
A excessiva preocupação com os negócios materiais também dificulta o espírito a desprender-se da Terra.
A prática do bem e da virtude nos levarão, através do sono, às colônias espirituais onde fruiremos a companhia de mentores espirituais elevados; receberemos bom ânimo para a luta diária; ouviremos lições enobrecedoras e poderemos nos dedicar a ótimos trabalhos.
Oremos ao deitar, mas compreendamos que é de grande valia a maneira pela qual passamos o dia; cultivemos bons pensamentos, falemos boas palavras e pratiquemos bons atos, evitando a ira, rancor e ódio. E de manhã, ao retornarmos ao nosso veículo físico, elevemos ao Senhor nossa prece de agradecimento pela noite que nos concedeu de repouso ao nosso corpo e de liberdade ao nosso espírito.
Algumas considerações
No estado de vigília (quando estamos acordados) as percepções se fazem com o concurso dos órgãos físicos; os estímulos exteriores são selecionados pelos sentidos e transmitidos ao cérebro pelas vias nervosas. No cérebro físico, são gravados para serem reproduzidos pela memória biológica a cada evocação.
Quando dormimos cessam as atividades físicas (exceto as autônomas), motoras e sensoriais. O espírito liberto age e sua memória perispiritual registra os fatos sem que estes cheguem ao cérebro físico; tudo é percebido diretamente pelo espírito. Por “adaptação vibratória”, as percepções da alma poderão repercutir no cérebro físico; quando lembramos, dizemos que sonhamos, mas na verdade sonhamos todo dia.
Artigo publicado na edição especial 08 da Revista Cristã de Espiritismo.
Disponível em: http://www.rcespiritismo.com.br/index.php?Itemid=1&id=224&option=com_content&task=view
Escrito por Victor Rebelo
O Espiritismo tem como base a análise científica dos fatos e o raciocínio lógico, ou “a fé raciocinada”. Não se resume aos fenômenos mediúnicos. Não podemos ficar presos apenas nas manifestações espíritas; precisamos conhecer, estudar e, mais ainda, vivenciar os ensinamentos contidos na codificação kardequiana e em outras obras.
Se não procurarmos conhecer a fundo os ensinamentos espíritas e apenas ficarmos admirados com os fenômenos, agiremos como um homem sedento que encontrou um copo de cristal cheio de água, mas morreu de sede por se demorar admirando a beleza do copo.
A mediunidade, trabalhada com princípios elevados e altruístas, é como um belo cristal a refletir a Sabedoria Divina. Os ensinamentos que os espíritos superiores nos transmitem é a água fresca que a humanidade tanto necessita para revigorar seu espírito sedento de Paz.
As experiências da alma no plano espiritual
Para que o espírito, a essência criadora, centelha divina sem forma, possa se manifestar no universo das energias, das mais densas às mais sutis, ele necessita de corpos.
O yoga, o Budismo, a Cabala, enfim, as mais antigas tradições espirituais têm classificado e ensinado como esses corpos atuam, cada um em seu plano específico, porém, sempre de forma integrada.
O número de corpos com que o espírito se manifesta pode variar de acordo com a doutrina. Mais recentemente, no século XIX, Allan Kardec, junto aos espíritos responsáveis pela codificação, classificou o homem como um ser composto, resumidamente, de: espírito, perispírito e corpo. O perispírito seria um corpo energético, sutil, que faz a ligação do espírito com o corpo físico. Conforme O Livro dos Espíritos, o perispírito vai se sutilizando, se eterizando conforme a evolução do espírito. Existe ainda o duplo etérico (campo bioelétrico), resultado do metabolismo energético do corpo físico, que se dissolve após a morte deste.
As experiências fora do corpo
A projeção da consciência através do corpo astral (perispírito) para fora do corpo físico é algo natural. Não tem nada a ver com mediunidade. Quase todas as noites nos projetamos, porém, o cérebro apresenta dificuldades para decodificar e registrar lembramças de eventos de quando a consciência está fora do corpo. Por isso, confundimos certas viagens astrais com sonhos.
Com o estudo profundo e a autoconcientização torna-se cada vez mais fácil a lembrança dos eventos projetivos.
Mas qual seria a utilidade disso tudo?
Primeiro: aprendermos lições valiosas, não apenas por meio de livros, mas de forma prática, sobre a vida nos planos mais sutis.
Segundo: podermos ser úteis aos nossos semelhantes de forma mais eficaz, doando nosso amor em trabalhos de assistência extrafísica, servindo aos mentores espirituais como humildes auxiliares.
Portanto, a viagem astral e a vivência saudável da mediunidade requerem maturidade espiritual e amor ao próximo, caso contrário, será difícil a sintonia com os nossos espíritos benfeitores. Por isso, para nós, espíritas, “Fora da caridade não há salvação!”
Disponível em: http://www.rcespiritismo.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=787&Itemid=25
Com o estudo profundo e a autoconcientização torna-se cada vez mais fácil a lembrança dos eventos projetivos.
Mas qual seria a utilidade disso tudo?
Primeiro: aprendermos lições valiosas, não apenas por meio de livros, mas de forma prática, sobre a vida nos planos mais sutis.
Segundo: podermos ser úteis aos nossos semelhantes de forma mais eficaz, doando nosso amor em trabalhos de assistência extrafísica, servindo aos mentores espirituais como humildes auxiliares.
Portanto, a viagem astral e a vivência saudável da mediunidade requerem maturidade espiritual e amor ao próximo, caso contrário, será difícil a sintonia com os nossos espíritos benfeitores. Por isso, para nós, espíritas, “Fora da caridade não há salvação!”
Disponível em: http://www.rcespiritismo.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=787&Itemid=25
Sono e Sonho
O sono e o sonho, embora tenham sido exaustivamente estudados pela Ciência, ainda não se chegou a uma definição. De ponto de vista físico não se sabe o que leva uma pessoa a adormecer. Ainda não foi descoberta nenhuma substância no sangue ou no cérebro criada ou revigorada durante aquele espaço de tempo. Que contribuição o Espiritismo pode oferecer à compreensão deste tema?
SONO:
Ciência - As células corticais apresentam dois tipos de atividade: o que equivale aos estados de excitação, caracterizado por grande despesa de energia, e o que se define como pensamento inibitório, destinado, basicamente, à reconstituição e reparação da célula. A generalização dos processos inibitórios responde pela instalação do sono (Enciclopédia Mirador)
Espiritismo - É um estado de emancipação parcial da alma, ocasião em se aguçam as nossas percepções. Evasão da alma da prisão do corpo. Desprendimento do Espírito no espaço, onde se encontra com outros Espíritos, antigos conhecidos. (Equipe da FEB, 1995)
SONHO:
Ciência - Processo intenso que corresponde aos estados paradoxais do sono, isto é, àqueles momentos durante os quais os registros eletroencefalográficos se aproximam dos que se caracterizam o estado de vigília. Geralmente é a parte lembrada da sucessão de imagens ou idéias fantásticas e associações, apresentadas de maneira provavelmente contínua à mente durante o sono. (Enciclopédia Mirador)
Espiritismo - É a lembrança do que o Espírito viu durante o sono. Resultado da liberdade do Espírito durante o sono. Efeito da emancipação da alma, que mais independente se torna pela suspensão da vida ativa e de relação. (Equipe da FEB, 1995)
HISTÓRICO
O sono não apresenta grandes novidades ao longo da história. É o sonho que têm mais relevância; na antiguidade, as profecias e a mitologia dão-lhe guarida. Há diversos relatos bíblicos acerca do sonho: a proibição de Moisés de se consultar as pitonisas, supostas interpretadoras dos sonhos; a interpretação do sonho do Faraó feita por José, em que fala das vacas magras e das vacas gordas. Na Idade Média, o sonho era tido como algo demoníaco, merecedor de fogueira àqueles que o interpretavam.
Distinguem-se, na história da psicologia dos sonhos, duas grandes fases: a) a anterior à publicação daInterpretação dos Sonhos de S. Freud, em 1900; b) a posterior à publicação desta obra. O critério delimitador é plenamente válido, pois foi com a Interpretação dos Sonhos que se introduziu o método de associação que tornou possível o estudo interpretativo do conteúdo significativo do sonho. (Enciclopédia Mirador)
O SONO E O SONHO
O SONO PARA A CIÊNCIA
Difícil de se chegar a uma definição. A mosca dorme ou não dorme? E a ameba? Para o cérebro não precisaríamos descansar. Para o corpo físico não precisaríamos dormir para descansar. O mais importante é o ritmo.
Colocando-se eletrodos na cabeça, observou-se:
a) a pessoa acordada emite ondas curtas e rápidas.
b) a pessoa dormindo passa por cinco fases:
1.ª) ondas curtas e longas;
2.ª) ondas curtas e longas, distintas de 1;
3.ª) ondas curtas e longas, distintas de 2;
4.ª) ondas curtas e longas, distintas de 3;
5.ª) de repente as ondas passam a ser curtas e rápidas (igual às ondas da pessoa acordada).
Essas fases realizam-se em aproximadamente 90 minutos. Na 5.ª fase, ou seja, nos 20 minutos finais, surge o chamado sono REM, do inglês Rapid Eyes Moviment (Movimento Rápido dos Olhos) – momento em que se dão os sonhos.
O SONO PARA O ESPIRITISMO
Para o Espiritismo, o sono pode ser explicado através da pergunta 401 de O Livro dos Espíritos – Durante o sono a alma repousa como o corpo? Resposta dos Espíritos: Não, o Espírito jamais fica inativo. Durante o sono, os liames que o unem ao corpo se afrouxam e o corpo não necessita do Espírito. Então ele percorre o espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.
O SONHO PARA A PSICANÁLISE
Para Freud os sonhos são expressões disfarçadas de processos psíquicos inconscientes, profundos e extremamente significativos; revelações diretas, mas veladas, de desejos insatisfeitos. Acrescenta que, se os nossos conflitos não encontram solução, encerram-se no subconsciente e convertem-se em complexos. Uma censura, o superego, impede que regressem à consciência. No entanto, podem se manifestar em forma de sonhos, neuroses etc.
Para Adler, no sonho, o inconsciente trabalha, combina e modela os dados provindos do plano consciente e que este já tenha olvidado. No sono a atividade psíquica passa-se fora da personalidade consciente; pode, pois, representar a realização de um desejo insatisfeito, a resolução de uma questão etc., servindo-se para isso dos elementos afetivos do inconsciente. (Edipe)
O SONHO PARA O ESPIRITISMO
Para o Espiritismo, o inconsciente freudiano é o subconsciente, definido pelo Espírito André Luis, como a sede dos hábitos e dos automatismos.
O sonho se constitui das experiências que o Espírito vive no sono.
Divide-se em:
a) sonho do subconsciente - É o pensamento ensimesmado sobre si mesmo; o reflexo daquilo que se vivenciou durante o dia. Exemplo: se, depois de assistirmos a um filme de terror, formos dormir, poderemos sonhar com algumas dessas imagens.
b) sonho real – É o pensamento entrando em contato com pessoas e coisas do mundo espiritual.
RELATO DE SONHOS NA LITERATURA ESPÍRITA
CAPÍTULO 38 DE OS MENSAGEIROS
O Espírito André Luiz, no capítulo 38 de Os Mensageiros, anota as observações do orientador espiritual a respeito das instruções que os Espíritos transmitem aos encarnados, quando estão desprendidos parcialmente do corpo (sonho). E, o que mais lhe causava estranheza, era o estado em que eles, aí, se apresentavam: a grande maioria sem entenderem o que se passava, poucos lúcidos “... revelando boa vontade na recepção dos conselhos, mas grande incapacidade de retenção”.
CAPÍTULO 8 DE MISSIONÁRIOS DA LUZ
O Espírito André Luiz, no capítulo 8 de os Missionários da Luz, esclarece-nos que durante o sono, o desprendimento não somente nos conduz aos locais de nossos interesses, no convívio de Espíritos afins, mas também a tarefas de estudo e esclarecimento. Fala-nos do Centro de Estudos para encarnados, com um número superior a trezentos associados; no entanto, apenas 32 conseguem romper as teias inferiores das mais baixas sensações fisiológicas, para assimilarem as lições dos benfeitores espirituais.
CAPÍTULO 36 DO NOSSO LAR
O Espírito André Luiz, no capítulo 36 do livro Nosso Lar, fala-nos do sonho dos desencarnados. O sonho, porém, não era propriamente qual se verifica na Terra. Ele diz: “Eu sabia, perfeitamente, que deixara o veículo inferior no apartamento das Câmaras de Retificação, em “Nosso Lar”, e tinha absoluta consciência daquela movimentação em plano diverso. Minhas noções de espaço e tempo eram exatas. A riqueza das emoções, por sua vez, afirmava-se cada vez mais intensa”.
ADMINISTRANDO O SONO E O SONHO
DOENÇAS DO SONO (DISTÚRBIOS)
1) Insônia - Dificuldade de realizar o sono. No início, no meio e no fim.
2) Hipersonolência – Dormir de pé
3) Doença do ciclo – O ciclo tem que fazer 24 horas. Alguns têm um ciclo de 26 horas.
PARA DORMIR BEM, BASTA AMORTECER O SAR
No centro do bulbo raquidiano e do mesencéfalo, encontra-se o sistema de ativação reticular (SAR), que envia constantes sinais ao córtex cerebral, mantendo-o desperto. Por sua vez, o SAR é estimulado por excitações externas e internas.
Se o Sar estiver adormecido nada chega à consciência, mesmo que existam sinais.
Uma pessoa acordada, que se deita com a cabeça cheia de pensamentos e de problemas por resolver, mantém-se em vigília, apesar da tranqüilidade que o cerca, pois os estímulos internos dificultam o trabalho do SAR.
Um dormitório silencioso e uma cama confortável são, igualmente, soníferos reconhecidamente eficazes.
TRUQUE PARA NOS LEMBRARMOS DOS SONHOS
- Colocar um despertador suave e que desperte depois de uma hora, momento em que estamos no sono REM.
- Ter à mão um caderno para anotações.
- Ter à mão um caderno para anotações.
RECOMENDAÇÕES ÚTEIS
1) Leitura evangélica - Ao deitar, ler, em voz normal, o Evangelho Segundo o Espiritismo. Este hábito faz-nos ficar mais calmos e, acalma também, os Espíritos menos felizes que nos acompanham; aqueles que querem nos prejudicar durante o sono.
2) Evitar tensões graves no momento que antecede o sono.
3) Evitar comer em excesso.
4) No caso de insônia, fazer algum exercício de educação física.
CONCLUSÃO
Quando dormimos, encontramo-nos, momentaneamente, no estado que estaremos de maneira permanente depois da morte. Saibamos, pois, morrer todos os dias, preparando-nos eficazmente para receber as orientações dos nossos mentores espirituais.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CURTI, Rino. O Passe: Imposição de Mãos. São Paulo, Lake, 1985.
EDIPE - Enciclopédia Didática de Informação e Pesquisa Educacional. 3. ed., São Paulo, Iracema, 1987.
Enciclopédia Mirador Internacional. São Paulo, Encyclopaedia Britannica, 1987.
EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro, FEB, 1995.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed., São Paulo, FEESP, 1995.
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Disponível em: http://www.ceismael.com.br/artigo/sono-e-sonho.htm