Em nosso último encontro, 18/12, estudamos sobre a questão de comer ou não carne. Então, para tirar dúvidas (ou ficar com mais dúvidas!!!!) pesquisei alguns textos:
Por que eliminar a carne de nossa alimentação?
http://www.neapa.org.br/ea0698a - Autor: Suzana A. da Costa
Para falarmos sobre esse interessante, mas polêmico assunto, procuramos os esclarecimentos de nosso irmão Jardim, tarefeiro desta Casa de Paz e Amor que nos explicou, com clareza, o porquê de evitarmos a carne em nossa alimentação.
Além de todos os prejuízos produzidos pela carne em nosso corpo físico, ela também provoca sérias consequências em nosso corpo espiritual.
Os fluidos animalescos instintivos exalados pela carne no processo digestivo penetram na aura do ser humano que a ingere, prejudicando sensivelmente a sua ligação com o plano espiritual, pois esses fluidos negativos contribuem para estimular o seu instinto animal, afastando-o do doce perfume da mansidão e fraternidade.
Os animais, assim como nós, estão numa escala evolutiva e, em seus estágios, já começam a externar, por exemplo, sentimentos de carinho, amizade, fidelidade, mas também medo, raiva e ódio. Quando os matamos e ignoramos todos os seus sentimentos de amor, interrompemos seus processos evolutivos e deixamos impregnados em seus corpos físicos todos os fluidos negativos de rancor e ódio que, como dissemos acima, no processo digestivo, aderem à aura humana.
As aves possuem essas mesmas fases evolutivas em muito menor escala e os peixes, vivendo em cardumes, não conseguiram de uma maneira geral, usufruir de sua individualidade e, consequentemente, vivem como autômatos comandados juntamente pelos instintos de grupo ainda muito pouco desenvolvidos.
Assim, há grande distância entre mamíferos, aves e peixes em se tratando de fluidos animalescos. Por isto a alimentação a base de peixe é mais leve no tocante ao processo digestivo e no ponto de vista espiritual.
Quanto menos ingestão de carne fizermos, mais estaremos nos desintoxicando fisicamente e por outro lado aprimorando gradativamente a nossa ligação com o plano espiritual.
Como sugestão para aqueles que têm dificuldade para deixar a carne repentinamente, aconselhamos que deixem em primeiro lugar a carne vermelha, com o tempo as aves e no futuro o peixe.
Para melhor ilustrarmos o porquê de uma alimentação sem carne, transcrevemos, a seguir, trechos do livro "Nutrição Orientada" do professor Durval Stockler, baseado em comprovações científicas.
"Quando o animal é morto, existem nele muitas toxinas em processo de expulsão do organismo, principalmente pela urina. Essas toxinas permanecem na carne e são ingeridas pelo homem. É evidente que isto não pode ser saudável. Cada quilo de carne bovina contém dois gramas de ácido úrico, o que é uma dose bastante elevada. Quando a carne é cozida, os resíduos se apresentam em forma de caldo que, analisado, se assemelha à urina.
Cada bife de 100 gramas contém mais de um bilhão de germes, e se essa carne não for devidamente esterilizada pelo calor, grandes quantidades de micróbios ativos serão ingeridos. Nos bifes mal passados, nos churrascos sangrentos, é certo que milhões de bactérias vivas entram no organismo dos comedores de carne.
(...) A carne prepara em nós, por suas toxinas, um ambiente propício a toda sorte de enfermidade. Entre os que comem carne frequentemente, encontra-se maior número de pessoas com varizes, hemorróidas e arteriosclerose que entre os vegetarianos ou aqueles que comem menos carne e muita verdura. E o mesmo se pode dizer das doenças do fígado, dos rins, do coração e dos problemas da circulação.
Não é novidade para ninguém que a carne contribui em porcentagem elevadíssima para os enfartes do miocárdio, para os derrames, as tromboses, os distúrbios da pressão e de todos os ataques cardíacos".
Comer Carne
http://ojornalinhoespirita.blogspot.com/2009/09/comer-carne.html
A questão sobre a alimentação tem sido bastante discutida no movimento espírita. Mensagens como a de Emmanuel (questão 129 da Ref. 1) e de André Luiz (Cap. 4 da Ref. 2) desaconselham o uso da alimentação carnívora. Entretanto, isso parece se contrapor com a orientação básica dos Espíritos superiores presentes nas questões 722, 723, 724 e 734 do Livro dos Espíritos3. Reproduziremos aqui a questão 723:
723. A alimentação animal é, com relação ao homem, contrária à lei da Natureza?
“Dada a vossa constituição física, a carne alimenta a carne, do contrário o homem perece. A lei de conservação lhe prescreve, como um dever, que mantenha suas forças e sua saúde, para cumprir a lei do trabalho. Ele, pois, tem que se alimentar conforme o reclame a sua organização”.
Pretendemos demonstrar aqui que a recomendação de Emmanuel e André Luiz de se evitar a alimentação carnívora possui bases doutrinárias, não estando, portanto, em desacordo com o Espiritismo. Para isso, recorremos à Revista Espírita de dezembro de 1863 onde Kardec reproduziu uma mensagem do Espírito Lamennais4 que esclarece de modo claro todos os ângulos dessa questão:
“Sobre a alimentação do Homem”
(Sociedade de Paris, 4 de Julho de 1863. Médium: Sr. A. Didier)
“O sacrifício da carne foi severamente condenado pelos grandes filósofos da antiguidade. O Espírito elevado revolta-se à idéia de sangue e, sobretudo, à idéia de que o sangue é agradável à Divindade. E notai bem, que aqui não se trata de sacrifícios humanos, mas unicamente de animais oferecidos em holocausto. Quando o Cristo veio anunciar a Boa-Nova, não ordenou sacrifícios de sangue: ocupou-se unicamente do Espírito. Os grandes sábios da antiguidade igualmente tinham horror a estas espécies de sacrifícios e eles próprios só se alimentavam de frutos e raízes. Na terra os encarnados têm uma missão a cumprir: têm o Espírito que deve ser nutrido pelo Espírito, o corpo com a matéria; mas a natureza da matéria influi - compreende-se facilmente - sobre a espessura do corpo e, em consequência, sobre as manifestações do Espírito. Os temperamentos naturalmente muito fortes para viver como os anacoretas5 fazem bem, porque o esquecimento da carne leva mais facilmente à meditação e à prece. Mas para viver assim, geralmente seria necessária de uma natureza mais espiritualizada que a vossa, o que é impossível com as condições terrestres. E como, antes de tudo, a natureza jamais age contra o bom senso, é impossível ao homem submeter-se impunemente a essas privações. Pode ser-se bom cristão e bom espírita e comer a seu gosto, desde que seja razoável. É uma questão algo leviana para os nossos estudos, mas não menos útil e proveitosa”. (os grifos são nossos).
Essa mensagem explica que a dieta sem o uso da carne é melhor, pois isso “leva mais facilmente à meditação e à prece”. Isso aconteceria, pois, segundo Lamennais, a natureza da matéria influi nas manifestações do Espírito. Podemos comparar a situação com os vícios. Aquele faz uso de uma droga, por exemplo, impregna seu perispírito de vibrações que limitarão suas manifestações no mundo espiritual. Da mesma forma, o uso de uma dieta menos carnívora torna o perispírito menos “espesso” (usando aqui uma palavra que Lamennais usou no texto) o que permite que ele tenha mais facilidade em elevar seu pensamento em prece.
Porém, Lamennais, de modo responsável, deixou claro que a dieta vegetariana dependeria do aprimoramento espiritual da nossa Humanidade terrestre, o que ainda não ocorre. Daí adverte que “a natureza jamais age contra o bom senso, é impossível ao homem submeter-se impunemente a essas privações”. Por isso a questão 723 acima não condena o uso da carne.
Sobre privações, a questão 724 do Livro dos Espíritos3 recomenda:
724. Será meritório abster-se o homem da alimentação animal, ou de outra qualquer, por expiação?
“Sim, se praticar essa privação em benefício dos outros. Aos olhos de Deus, porém, só há mortificação, havendo privação séria e útil. Por isso é que qualificamos de hipócritas os que apenas aparentemente se privam de alguma coisa”.
Dessa forma, a privação da carne só teria mérito se ocorrer em benefício do próximo. As atividades espíritas de passes e as reuniões mediúnicas constituem exemplos em que a abstenção do uso da carne, pelo menos no dia dessas atividades, pode levar a benefícios aos assistidos encarnados ou desencarnados. Mas se o tarefeiro tiver dificuldade com isso, Raul Teixeira6 assevera que, “É mais compreensível, e me parece mais lógico, que a pessoa coma no almoço o seu bife, se for o caso, ou tome seu cafezinho pela manhã, do que passar todo o dia atormentada pela vontade desses alimentos, sem conseguir retirar da cabeça o seu uso, deixando-se de concentrar-se na tarefa, em razão da ansiedade para chegar em casa, após a reunião, e comer ou beber aquilo de que tem vontade”.
Lamennais ainda disse que “Pode ser-se bom cristão e bom espírita e comer a seu gosto” sem esquecer que isso deve ser feito “desde que seja razoável”, isto é, sem exageros.
Portanto, a recomendação de Emmanuel e André Luiz é válida e está de acordo com o Espiritismo, mas não deve ser considerada uma exigência para a realização de um bom trabalho espírita ou uma boa reunião mediúnica. Lembremos, afinal, que Jesus em Mateus, Cap. 15 e vers. 11 disse que: “Não é o que entra pela boca que contamina o homem; mas o que sai da boca, isso é o que o contamina”. E, para aprimorar o que sai de “nossa boca” e de nossos atos, devemos nos esforçar pela reforma íntima e no estudo doutrinário.
Referências:
[1] Emmanuel, psicografia de F. C. Xavier, O Consolador, FEB, 20ª Edição (1999).
[2] André Luiz, psicografia de F. C Xavier, Missionários da Luz, FEB, 26ª Edição (1995).
[3] A. Kardec, O Livro dos Espíritos, Editora FEB, 76a Edição, (1995).
[4] Lamennais, Revista Espírita Dezembro, pp. 387- 388 (1863).
[5] Anacoreta é uma pessoa que se retira a um local isolado para dedicar-se a meditação e oração.
comer folhas verdes e junto alguns minúsculos insetos pode. Já que o que importa mesmo é o tamanho da espécie e não a vida dos seres
ResponderExcluircomo assim cara ? Ninguem se referiu a insetos.
Excluirnao comer carne abrange a todos os seres
comer folhas verdes e junto alguns minúsculos insetos pode. Já que o que importa mesmo é o tamanho da espécie e não a vida dos seres
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAcho que cada um deve seguir o instinto do seu coração e da sua intuição para saber se come carne ou não. Acho que tem que ser por vontade propria e de dentro da alma, acho que não adianta se for forçado.
ResponderExcluirEu acredito que siga seu coração e viva em espírito só assim vai saber o que realmente precisa pro momento presente.mas pode ter certeza que diminuir o consumo de carne realmente ajuda quem deseja busca mas um pouco da sua verdade.
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